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Inteligência Emocional: o que é, e a partir de qual idade a criança desenvolve a I.E.

Em um mundo competitivo, é muito comum, pais dedicados investirem em seus filhos, para que se desenvolvam em suas atividades escolares, e extracurriculares. A meta é fazer com que eles se tornem profissionais de sucesso e destaque no futuro, pois, quando se pensa em uma pessoa de sucesso (que alcança seus objetivos e se destaca), normalmente se tem a ideia equivocada de que, esse resultado tem origem única e exclusiva da capacidade de um indivíduo muito inteligente, e que ao longo de sua infância, fora estimulado nas mais diversas atividades. 

É notório, somente alguns pais conseguem ter a consciência de que, ser alguém de sucesso profissional (ou em qualquer outra área da vida) vai além de um bom currículo técnico. É necessário observar o mundo interno dos filhos, o desenvolvimento das emoções, a capacidade de se expressarem e de lidarem com determinadas situações e sentimentos de forma inteligente. A inteligência emocional, de fato, será o diferencial ao longo da vida dos filhos.

O processo do desenvolvimento emocional na mente da criança, não acontece de forma automática, a inteligência emocional pode ser aprendida e desenvolvida desde a mais tenra infância, sendo um processo dinâmico em sua vida, e os pais são figuras importantes para o reconhecimento, e equilíbrio dessas emoções.

 Trata-se da habilidade para administrar emoções, comportamentos e tomar decisões assertivas a partir de um raciocínio lógico e equilibrado, para alcançar os mais diversos objetivos. De maneira geral, uma pessoa que possui essa inteligência para gerir suas emoções, consegue relacionar-se consigo mesma, consequentemente, desenvolverá relacionamentos saudáveis.
 
Por volta dos “anos 90” os psicólogos Peter Salovey e John Mayer, realizaram estudos mais específicos sobre como lidar com as emoções (tendo esse conceito de I.E.), mais conhecido pelos estudos de Daniel Goleman, nos quais destacam que, ser gestor de suas emoções é uma qualidade importantíssima para alcançar o sucesso, tanto na vida profissional, como também nas relações sociais. Portanto, pessoas com alto nível de I.E. sabem lidar e identificar as diversas emoções, tomando melhores decisões, podendo fazer a diferença na vida das pessoas.
  

Uma pesquisa realizada em 2018, em uma escola do ensino médio, concluiu que alunos com maiores habilidades de gestão emocional, estavam mais adaptados ao ambiente escolar, conseguindo manter um bom nível de comunicação com professores, e conquistando melhores resultados na rotina escolar. Já os alunos que com dificuldades para gerenciarem suas emoções, eram menos desenvolvidos nessas mesmas áreas.

 A criança que desenvolve I.E. conquista autoconfiança no que diz respeito as realizações, sabendo relacionar-se corretamente com as pessoas a sua volta. Estudos da Universidade da Pensilvânia (EUA), mostraram que equipes escolares que ensinam a resiliência e otimismo, promovem a prevenção contra a depressão. Já crianças que não desenvolvem essa habilidade, diminui sua capacidade de aprendizagem de 20 a 30 %.
  

A cada etapa da vida se faz necessária a presença dos pais, são eles quem ajudarão os filhos a identificar e nomear cada sentimento, para assim, descobrirem maneiras de lidar com seus sentimentos de forma eficaz. Importante ressaltar aos pais que, não existe emoção boa ou ruim, mas sim, a maneira como lidar com cada uma delas, pois, cada emoção é importante ser sentida e vivenciada, para que a criança possa aprender a lidar com elas, obtendo a compreensão dos diferentes estados emocionais e aprendendo a controlar seus impulsos quando necessário.

Existem indicadores da inabilidade emocional: quando a criança apresenta baixa tolerância a frustração, não aceita regras e limites, quando estão aprendendo a ler e escrever e se frustram (ficam nervosas quando não conseguem aprender), quando há prejuízos na socialização (ex: baixa empatia pelos seus colegas, brigas desencadeadas nas brincadeiras).
  

Como ajudar as crianças e adolescentes a desenvolverem a inteligência emocional

  
  • Primeiramente, os pais devem observar e reconhecer as suas próprias emoções;

  • Aproveite esse momento de reflexão e consciência das suas emoções para estar mais próximo do seu filho. Demonstre empatia pelos sentimentos dele e se disponha a ouvi-lo;

  • Promova um momento de nomeação das emoções, ele sentirá liberdade e confiança para expressar suas emoções;

  • Coloque limites quando necessário, e o encoraja a resolver seus problemas, refletindo sobre as possíveis soluções. A criança precisa perceber que suas emoções são naturais e normais, que não é um problema, mas, sua atitude e comportamento ruins podem gerar sim, um problema;

  • No que se refere às crianças pequenas, os pais podem ensinar sobre as emoções utilizando materiais visuais, como livros. A literatura infantil possui diversas ilustrações, podem também, assistir desenhos animados e filmes em família;

  • Conversar sobre os sentimentos e situações do dia a dia, ex: “A vó fica feliz quando você diz que ama”;

  • Mostre interesse pelo que a criança está sentindo, pergunte como ela está, quais são os sentimentos dela naquele momento;

  • Para crianças com maior maturidade, converse sobre o comportamento dos personagens dos filmes e desenhos;

  • É bom conversar com a criança sobre como ela pode melhorar seu estado emocional, ex: escute uma música, assista TV, desligue o game;

  • Utilize jogos lúdicos para desenvolver habilidades e fortalecer a autoconfiança, determinação, eles podem ajudar a criança a aprender a lidar com a frustração, quando perder um jogo;

  • Na fase adolescente ocorrem muitas mudanças. É uma fase marcada por muitas emoções e sentimentos, sendo difícil lidar em diversas situações. Nesse período, como pais, estejam mais presentes, não como uma figura autoritária e ditadora, mas sim como alguém que influencia seu filho através do exemplo;

  • Contribua na construção da autoestima do seu filho, o parabenize quando oportuno.

Cabe aos pais ajudarem os filhos a identificarem suas próprias emoções e colocar limites aos maus comportamentos, assim como, perceberem as janelas (do coração de seus filhos) abertas para plantar as boas sementes da inteligência emocional.
 
 

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