O ser humano é um ser social, estar em grupos e trocar informações é inerente à sua existência. O indivíduo sempre esteve em ambiente de comunicação, porém, o que se percebe é que, essa prática de interação com o meio vem sendo transformada a cada dia.
A internet trouxe muitas mudanças na vida das pessoas, principalmente na forma com que elas compartilham suas informações, exercendo uma certa influência, desde os seus relacionamentos com pessoas próximas, até a forma como trabalham, como adquirem conhecimento e, aplicam em sua vida cotidiana.
Com o advento da internet, o avanço da tecnologia e, a chegada das redes sociais, a estrutura social contemporânea passou por grandes impactos, ou seja, por mudanças na forma dos relacionamentos sociais. As redes sociais, por exemplo, são canais pelos quais as pessoas divulgam e comunicam assuntos importantes, utilizando também, para o entretenimento. É como se o mundo virtual fosse uma extensão da vida real.
Sendo a internet um novo ambiente para a comunicação, transformou-se em tema para inúmeros debates e questionamentos. Devido a sua acessibilidade, tornou-se também foco de muita preocupação entre famílias e profissionais, principalmente no que se refere ao comportamento humano, ao desenvolvimento da criança e do adolescente.
Através das redes sociais, as informações são compartilhadas em tempo real de qualquer lugar do mundo (não existe mais a distância), é uma ferramenta que traz inúmeros benefícios, mas, estar conectado passou a ser uma necessidade de inclusão.
Segundo pesquisadores, a internet precisa ser utilizada de forma correta, do contrário, pode ser bastante prejudicial, pois pode gerar dependência excessiva.
Através da internet, aumentam as possibilidades para os relacionamentos e, o mundo virtual começa a dar liberdade para o mundo imaginário das fantasias. O ambiente on-line faz parte do cotidiano da sociedade moderna, principalmente do dia a dia da Geração Z. Estudos sobre o comportamento dos jovens neste ambiente, mostram que os adolescentes utilizam a internet para os mais diversos objetivos: jogos, relacionamento social, consumo de notícias e das mais variadas informações.
Um levantamento entre os usuários do “AppGuardian” de controle parental, 35% do tempo dos adolescentes e crianças é gasto em jogos, 30% nas redes sociais, 20% em apps de entretenimento, 10% em aplicativos de mensagens e 4% navegando na internet.
Segundo estudiosos da área de desenvolvimento humano, a adolescência é uma fase da vida marcada por profundas transformações sociais, físicas e emocionais. Esses jovens passam pela pressão social imposta pela sua geração, na tomada de decisões importantes da vida. Nem todo adolescente terá conflito durante esse processo, tudo depende da vida pregressa, dos seus relacionamentos familiares e seu círculo de amizades. Devido ao desenvolvimento de sua identidade, costuma buscar autoafirmação e aceitação nos grupos sociais de seu interesse. Em muitos casos, para sentir-se aceito, o indivíduo se expõe a situações de vulnerabilidade, de risco emocional e até mesmo físico.
A autoestima do adolescente
Passar pela adolescência também é um momento da vida em que a autoestima fica vulnerável, podendo ser afetada pelas opiniões alheias de pessoas referenciais no ambiente digital, neste tempo em que a personalidade e identidade dos jovens estão em formação. A autoestima do adolescente faz parte desse conjunto, sendo o meio em que o mesmo interpreta as relações que o cerca. O comportamento irracional nas redes sociais pode gerar muitos problemas de ordem emocional e social. Caso o adolescente venha passar por situações de exposição negativa e/ou degradante, com certeza terá um resultado que contribuirá para uma baixa autoestima, pois, assumirá como verdade o que o outro, fala sobre ele, permitindo-se acreditar em mentiras ditas por pessoas mal intencionadas.
Outro fator que, de certa forma traz um impacto em sua autoestima, são as chamadas “curtidas”, que na linguagem da internet, é um sinal de aprovação que de forma equivocada, aparenta contribuir para a auto afirmação do adolescente. Quando não acontece, causa a baixa autoestima do indivíduo. A exposição nas redes sociais também pode potencializar algum tipo de transtorno existente. A internet não é ruim, mas, a utilização excessiva ou incorreta torna-se prejudicial.
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), com mais de 2.000 adolescentes, apontam que 25% deles apresentam dependência moderada ou grave ao uso da tecnologia. O que reforça o que pesquisadores da área do comportamento humano afirmam, “os adolescentes por estarem em fase de construção de sua identidade, quando exposto nas redes sociais são levados a comparativos e uma visão equivocada de si mesmos”.
O sentimento de comparação pode ser positivo quando aplicado para traçar metas, ou para o crescimento desejado, longe da zona de conforto. Pode ser um fator de motivação na busca pelo engajamento para a superação. No entanto, pode ser muito prejudicial quando utilizado, a fim de, identificar defeitos em si mesmo (enxergando-se incapaz de melhorar), ou com o objetivo de desmerecer o outro por motivos superficiais como, padrão de beleza e estética, por exemplo.
Percebemos que, a utilização das redes sociais transpassa a ideia de que, esses canais estão limitados ao relacionamento social, isto é, trata-se de canais de comunicação que transformaram as relações e interações, justamente pelo modo que as informações são veiculadas.
A internet é uma realidade que possibilita muitos benefícios e oportunidades, porém, podem influenciar pessoas em seus valores. Tendo em vista o amadurecimento dos jovens, é preciso maturidade para lidar com este universo. É importante que os pais acompanhem e orientem seus filhos para que possam estabelecer interações harmoniosas no coletivo, sabendo usar a internet a seu favor, da melhor forma possível